No romance Rosaura, a enjeitada, Bernardo Guimarães teria se autoretratado, como estudante
de direito, na São Paulo da década de 1840. Apesar de ter se retratado como um jovem pobre e
moreno, na pele do personagem Belmiro, em reiteradas ocasiões BG tem sido visto como rico, e
branco, até como um aristocrata. Com base em pesquisa biográfica, inédita, pretendo levantar a
hipótese de que além do autoretrato, que chamou de efígie, Belmiro, pode haver outro, possível,
ao qual denominei esfinge, e que estaria entranhado em meio à temática, ao enredo e seus
personagens, que guardaria correlações com a vida real. O próprio escritor, em carta a um
amigo, em 1883, levantou a questão. Com ironia, considerou: será o meu busto verônica?