O sentido de uma obra literária, muitas vezes só se revela à luz de outras obras.
Quando comparadas, seus contrastes e suas confluências podem ampliar e esclarecer os vários
significados codificados nas tessituras do discurso ali organizado, o que pode facilitar a
transparência de novos sentidos, já que tais obras se tornam mais significativas em seus
contextos, nas novas leituras das delicadas teias de significantes codificados nas fendas do
discurso. Assim, compararemos as obras Minha vida de menina, de Helena Morley e Diário de
Bitita, de Carolina Maria de Jesus, com vistas a elucidar, nessas memórias, suas percepções do
período pós-abolicionista no Brasil, sob o olhar de uma menina branca e de outra negra.
Palavras-chave: Comparatismo; Minha vida de menina; Diário de Bitita; Memórias de meninas; literatura afro-brasileira.