Os livros escritos a partir da prisão nas últimas décadas no Brasil apresentam desafios
éticos e estéticos que envolvem questões de autoria e de linguagem. Sobrevivente André Du Rap
foi escrito por alguém que esteve preso em parceria com alguém que não esteve. Desterros –
Histórias de um hospital-prisão foi escrito por alguém que trabalha no sistema carcerário. As
vozes que, mesmo interessadas, não vêm de dentro das grades têm limitações como expressão
da experiência do cárcere, mas, em algumas instâncias, são a fala possível. Os autores refletem
sobre os dilemas que se colocam aos escritores de fora da cadeia e sobre as peculiaridades da
manifestação da fala de dentro da prisão.
Palavras-chave: prisão; literatura brasileira; autoria; testemun