Neste final da segunda década do século XXI, já é fato estabelecido que os debates
em torno da literatura não se circunscrevem mais aos livros, revistas especializadas ou eventos
acadêmicos: eles também despontam ou se rearticulam em círculos virtuais. A efervescência da
vida literária nas redes digitais – da qual participam professores, pesquisadores, jornalistas
culturais e autores – não é, porém, sintoma apenas de uma simples aderência desses atores ao
suporte técnico em voga. Para além disso, algumas características intrínsecas às formas de
expressão e publicação na web vão diretamente ao encontro da natureza dialógica da crítica.