O presente trabalho apresenta uma discussão sobre o soneto “Rebelado”, de Cruz e Sousa, poeta brasileiro do século XIX. Para este fim, toma-se o riso como categoria analítica por se tratar de um tema que permite brincar com as verdades mostrando que nada é fixo, desmistificando as ideologias dominantes, causando surpresas e desestabilizando a austeridade do mundo. Sabendo que o riso é visto como mecanismo de contrapeso à normatividade e ao princípio de seriedade estabelecidos, procura-se, neste trabalho, verificar como algumas formas de riso colocam pelo avesso o que a sociedade institui como sendo verdade natural ou absoluta. Nesta perspectiva, utilizamos como suporte teórico A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, de Mikhail Bakhtin (1993).