Em “Adivinhas de Pedro e Inês” (1983), de Agustina Bessa-Luís, a imagem de Inês de Castro é elaborada de diversas maneiras. Para a desconstrução de um papel “inocente” da personagem, a narrativa convoca diálogos com outras obras a fim de justificar o ponto de vista sobre a dama galega, como “As trovas de Garcia de Resende”, “A Castro, de António Ferreira, e a “Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente, por exemplo. Interessa-nos discutir nesta comunicação algumas dessas imagens e os supostos objetivos político-territoriais presentes em Inês de Castro, que estabelecem diferenças fundamentais nas caracterizações culturais de Pedro e de Inês. É possível refletir, ainda, sobre a reavaliação dos fatos e a definição de verdade, questionamentos frequentemente abordados nos romances históricos da escritora, como também sobre a ambiguidade da imagem inesiana, ao mesmo tempo transgressora e subserviente.
Palavras-chave: D. PEDRO I, INÊS DE CASTRO, AGUSTINA BESSA-LUÍS, INTERTEXTUALIDADE