O texto apresenta reflexões sobre a criação do espetáculo performático, Pele tecido, a partir de poemas do livro homônimo do poeta carioca, Ericson Pires (1971 – 2012). O processo foi realizado, em 2015, pelo projeto Mirateatro – espaço de estudos e criação cênica, do Instituto de Artes da UERJ. O livro Pele Tecido constrói uma narrativa pela qual o poeta/tecelão realiza um percurso na escrita de si e da arte. A tessitura se faz na entrega do corpo à força libertária da poesia, no desejo de capturar a “instantaneidade do instante”, numa imersão de vida e arte. O ato performático foi construído como “cena expandida”, no atravessamento de linguagens e meios artísticos, experimentando as imagens poéticas como escrita na cena e no espaço. Na travessia, o coletivo se viu solto no labirinto, entrelaçando palavras, sons e corpo; imagens, cores e vozes; registros, presença e ausência, na busca da materialidade da fala poética de Ericson Pires.