Elcione Ferreira Silva RESUMO: A proposta desta comunicação é traçar um paralelo da personagem Luzia da novela Os caminhantes de Santa Luzia (1959), de Ricardo Ramos; com o protagonista Leonardo do Romance Perdição (2011), de Luiz Vilela. Os dois habitantes comungam de um mesmo padrão religioso ambos lidam de forma distinta com a palavra. Pois, é através da habitação do silêncio e, conseqüentemente, do repúdio de Luzia à palavra, e da palavra esvaziada de sentido de Leonardo, que os dois personagens dialogam. O silêncio é a construção de um espaço de busca pelo ser, esse silêncio é paralelo a busca pelo sagrado, que o significa. A novela Os Caminhantes de Santa Luzia é composta de quinze capítulos. O drama vivido por Luzia é ambientado no Nordeste brasileiro, mais precisamente na cidade de Santa Luzia, na Alagoas. Luzia mostra suas chagas, ao pagar penitencia, passando em procissão em vários espaços. A sua marca de maior percepção é o silêncio que a rodeia, seja nas poucas palavras, seja nas situações protagonizada. O romance Perdição, tem como enredo a história de um pescador chamado Leonardo que é também conhecido como Leo. Casado e pai de uma menina. Na adolescência seu passatempo favorito, se não único, era pescar no lago, com o melhor amigo, Ramon. A narrativa é conduzida pelo Jornalista Ramon, narrador testemunha. A partir da história de um jovem pescador que se torna pastor evangélico, Luiz Vilela traça um retrato desencantado da sociedade contemporânea. A tessitura da narrativa é desvelada no silêncio das palavras proferida pela personagem. Como fundamentação teórica: Orlandi, (1997). As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Eliade, (1991). Imagens e símbolo. Eliade, (1992). O sagrado e o profano. Lins, (1976). Lima Barreto e o espaço romanesco. Palavras-Chave: Silêncio, Sagrado, Ricardo Ramos, Luiz Vilela