Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Des-pensar para re-pensar o modernismo brasileiro a partir de Silviano Santiago: por uma epistemologia descolonial
Pedro Henrique Alves de Medeiros (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), EDGAR CÉZAR NOLASCO (NECC-PPGEL-FAALC/UFMS)
Este trabalho tem por objetivo delinear uma leitura de viés descolonial do movimento modernista brasileiro simbolizado pela Semana de Arte Moderna ocorrida em 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Para isso, tendo em vista que a presente discussão está circunscrita pelo projeto maior de tese de doutoramento atravessada pela presença do escritor e crítico Silviano Santiago, utilizarei como ponto de partida tanto ensaios do referido intelectual, seja pelo crivo da semelhança ou da diferença, quanto os conceitos de des-pensar de Boaventura de Sousa Santos e opções descoloniais de Walter Mignolo. Nesse intento, compreendo que a premissa basilar das reflexões pode ser entendida através do que Mignolo (2008) conclamou de aprender a desaprender para re-aprender muito do que aprendemos e, sobretudo, o que nos ensinaram sobre como aprender (SANTOS, 2019), aqui, em especial, no que se refere ao movimento paulista. Ademais, evoco, ainda, a possibilidade autorreflexiva de des-pensar apregoada à epistemologia crítico-biográfica fronteiriça com o objetivo de construir uma teorização com base no modernismo endossada pela lógica outra e não-moderna da descolonialidade. Pluriversalmente ao realizado na década de 1920, entrevejo que o des-modernismo aqui evocado, é, em linhas gerais, uma conceituação descolonial que objetiva des-ler o movimento artístico, literário e político modernista não através do discurso placentário europeu coadunado pelo vínculo terceiro-mundista com o colonizador, tal qual as críticas brasileiras vêm endossando nos últimos anos através do que denominaram de revisitação crítica. Pelo contrário, delineio meu fazer teórico a partir das leituras intelectuais de Silviano Santiago, contudo, sem me enclausurar nelas, uma vez que tenho a (auto)consciência crítica que penso e escre(vi)vo à luz de uma epistemologia outra diversal às reflexões do meu mineiro situado epistemologicamente no entre-lugar entre a reverência e o desprendimento.
Palavras-chave: Des-modernismo, epistemologia descolonial, Silviano Santiago.
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