Anais
RESUMO DE ARTIGO - XV ENCONTRO ABRALIC
A TEORIA DO POÉTICO E O FRAGMENTO LITERÁRIO DE NOVALIS: REFLEXÕES A PARTIR DE WALTER BENJAMIN E DA FILOSOFIA DE FICHTE.
NATÁLIA FERNANDA DA SILVA TRIGO, MÁRCIO SCHEEL
O Frühromantik (primeiro romantismo alemão) se desenvolveu no final do século XVIII a partir de uma reunião de pensadores, que ficou conhecida como o Círculo de Jena. Seus principais representantes foram os irmãos Schlegel, Novalis, Tieck e Schleiermacher. Esse grupo propôs reflexões sobre a filosofia e as artes, criando novos conceitos e ideias sobre estética, obra, criação e teoria. Foram influenciados principalmente pelo conceito de crítica desenvolvido por Kant em suas Críticas e pela filosofia do Eu de Fichte, desenvolvida em sua Doutrina da Ciência. Walter Benjamin em sua tese O conceito de crítica de arte no romantismo alemão estabelece uma filiação entre os escritos dos primeiros românticos e a filosofia pós-kantiana. Procuramos, então, a partir da tese de Benjamin, refletir sobre a influência dessa filosofia nos fragmentos que refletem sobre a crítica e a obra literária do primeiro romântico alemão Novalis presentes em Pólen – utilizaremos a tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. Buscamos analisar principalmente os fragmentos que refletem as teorias românticas acerca da poesia e do poético, resultando na concepção romântica da poesia transcendental, tentando compreender como se constitui o pensamento crítico sobre a linguagem poética, e como, a partir disso, se desenvolve o conceito de crítica de arte romântica, e de que maneira a filosofia de Kant e de Fichte foram fundamentais para a construção dessas reflexões. Para refletir sobre o papel fundamental desses filósofos nos fragmentos de Novalis utilizaremos principalmente o Conceito de crítica de arte no romantismo alemão, de Walter Benjamin, tradução de Márcio Seligmann-Silva (2011). Como suporte crítico e teórico para essa reflexão utilizaremos estudos que discutem a tese de Walter Benjamin sendo eles, Ler o Livro do Mundo (1999) e O Local da diferença (2005) de Seligmann-Silva. Quanto à questão do fragmento como gênero literário desenvolvida pelos românticos nos valeremos das reflexões de Lacoue-Labarthe e Nancy (1978). Usaremos sobre a gênese e desenvolvimento do primeiro romantismo alemão e a influência da filosofia de Kant e Fichte em seus pensadores as discussões de Safranski (2010), Scheel(2010), Kneller (2010), Szondi (1975), Duarte (2011), Bornheim (2008) e Costa-Lima (2005). Utilizaremos ainda, estudos anteriores que analisaram a obra de Novalis, em especial o de O’Brien (1995) e o de Schefer (2011). A partir das reflexões propostas por esses autores, analisaremos alguns fragmentos de Pólen de maneira a discutir as concepções inovadoras em relação à poesia, à filosofia, à estética e à crítica que Novalis desenvolve, e como a filosofia de Kant e Fichte foram fundamentais para essas reflexões, abordando como Benjamin também discute essas questões.
Palavras-chave: NOVALIS, FICHTE, FRÜHROMANTIK, FRAGMENTO LITERÁRIO
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