Mesmo sendo autor de um único livro, Augusto dos Anjos tornou-se popular entre os leitores, conquistando, posteriormente, merecido espaço na academia. Este trabalho tem por objetivo evidenciar a presença da melancolia e do tédio na obra do poeta paraibano. A fim de conceber esta interpretação, buscou-se apontar o conceito de tais sentimentos, demonstrando os traços de aproximação entre ambos. Para tanto, tomamos como base o pensamento freudiano, bem como outros trabalhos mais recentes sobre o tema dentro da área de Filosofia. Optou-se, na análise realizada, por utilizar os poemas "Vozes de um túmulo", "Poema negro" e "Eterna mágoa" já que os três revelam a configuração de um eu lírico profundamente melancólico a ponto de não enxergar sentido na própria existência. Além disso, esses poemas expõem a presença de uma voz pessimista que concebe a si própria de forma depreciativa. Diante das ideias apresentadas, almejou-se apontar o fastio existencial e a tristeza profunda como elementos importantes para a construção do sujeito poético augustiniano.
Palavras-chave: Augusto dos Anjos. Melancolia. Tédio existencial