O ensaio “Dialética da malandragem” (1993), de Antonio Candido, é fundamental para compreender o romance Memórias de um sargento de milícias, (1997) de Manuel Antonio de Almeida. Não há dúvida de que o ensaio clássico de Candido também é fundamental para compreender a literatura brasileira. De maneira formidável, ele também abriu um flanco interpretativo para elevar significativamente o papel da literatura em país pós-colonial como o Brasil: a partir dele, pode-se perceber o livro de Almeida como um intérprete do Brasil. E, por consequência, é possível perceber uma série de narrativas e poemas capazes de serem colocados na posição de escritos para pensar a cultura do país em suas problemáticas fundamentais. De tal forma e intensidade, as suas escritas mostram um país a partir de seus problemas. Fatores proeminentes de atualização de tais narrativas na contemporaneidade, os problemas são capazes de caracterizar a nossa nacionalidade e ordem social. Alguns romances alinhados nesta demanda de pensar o país são O cortiço (1995), de Aluísio Azevedo, A conquista (1913), de Coelho Neto, Viva o povo brasileiro (1984) de João Ubaldo Ribeiro e outros. Além de Candido, as ideias críticas de Silviano Santiago (2004), Edward Said (2005), Roberto Schwarz (2000) e outros serão abordadas neste estudo.