BENEDITO TEIXEIRA DE SOUSA, FERNANDA MARIA ABREU COUTINHO
A literatura infantil e a leitura que se faz dela sempre tiveram que conviver com relações de outridade. Seja porque ainda é considerada uma obra literária menor, ou porque é feita por adultos, mas destinadas a leitores infantis, ou porque privilegiaria a função pedagógica em detrimento da estética, a literatura infantil – as teorias que tratam dela, sua didática e crítica – continua suscitando debates e gerando polêmica. Tendo em vista sua inerente condição de alteridade, a proposta deste artigo é chamar a atenção para a tendência do que denominamos aqui de “literatura infantil inclusiva”. Buscamos analisar até que ponto as narrativas criadas para crianças têm abandonado o tradicional intuito pedagógico e se aberto a temas mais polêmicos e complexos, como é o caso da temática homoafetiva. E, por sua vez, se e como esses textos estão sendo utilizados em sala de aula. Para subsidiar nossa análise recorremos aos estudos de Zilberman (1983), Coelho (2000), Abreu (2006), Facco (2009), Hunt (2015), entre outros.
Palavras-chave: Literatura infantil. Ensino. Outridade. Inclusão. Homoafetividade