O livro destinado a crianças congrega em si as linguagens verbal e visual, e ambas colaboram para a construção do sentido do texto. As relações entre as linguagens das obras para não-adultos, atualmente, parecem problematizar a ideia sobre a autoria do livro, na prática, elaborado por diferentes profissionais. As produções literárias da escritora argentina Isol (Marisol Misenta) têm obtido sucesso no cenário da literatura infantil. A autora tem transitado entre a escrita e a ilustração do livro infantil e demonstra como uma produção literária para crianças está intimamente ligada à arte visual no momento em que se declara uma “autora integral” de seus livros. Isol mostra que as duas linguagens são indissociáveis na sua prática artística/autoral. Nesta reflexão, analisaremos as relações entre literatura e artes visuais no livro Cosas que pasan (2012), de autoria de Isol. Para tanto, serão discutidas questões relativas ao universo infantil, exploradas pela autora. Embora as publicações para não-adultos careçam de reputação junto à crítica especializada, mesmo que se constituam como obras de arte híbridas, ainda assim, tais obras possuem público fiel e merecem a atenção por parte dos críticos, teóricos e historiadores, que deverão considerar a fusão entre linguagem verbal e visual como uma característica fundamental de sua criação e produção.
Palavras-chave: Literatura Infantil. Artes Visuais. Cânone. Literatura Comparada