DANIELLA CARNEIRO LIBÂNIO DE ALMADA, IDELETTE MUZART-FONSECA DOS SANTOS
Nos pressupostos do Movimento Armorial, Ariano Suassuna evidencia as diversas expressões artísticas que iriam compor o movimento, bem como a integração entre elas, de forma a “unir o texto literário e a imagem num só emblema, para que a Literatura, a Tapeçaria, a Gravura, a Cerâmica e a Escultura falem, todas, através de imagens concretas, firmes e brilhantes” (SUASSUNA, 1989). A literatura, a partir desse movimento, tem como característica a “escrita emblemática”, aquela que se aparenta “com a gravura, a tapeçaria, a escultura e os estandartes armoriais” e expressa-se por meio de “contornos nítidos e firmes”, evocando imagens concretas em vez de conceitos abstratos (SUASSUNA, 1975). No Romance da Pedra do Reino Suassuna evoca, em diversos momentos, a presença do bordado por meio da “escrita emblemática”, em cenas às quais “a visualização do texto é absoluta” (SANTOS, 2009). O conto “O bordado, a pantera negra” do escritor Raimundo Carrero evoca a presença do bordado por meio de um texto que também fala por imagens. O objetivo desta comunicação é refletir sobre a presença do bordado como centro de um diálogo interartes a partir obra de Ariano Suassuna – Romance da Pedra do Reino (2012) – e de Raimundo Carrero – “O bordado, a pantera negra” (2014).