Este trabalho almeja compreender de que maneira as textualidades contemporâneas (produzidas, circuladas e recebidas a partir de outros suportes/materialidades, particularmente mediados pelas novas tecnologias) põem em xeque a função do autor e, logo, o papel do leitor, assim como o conceito de obra. O objetivo é compreender as práticas de leitura/escrita que estas textualidades fomentam – e nestas pensamos particularmente naqueles atos de (des)leitura e (des)escrita que a contemporaneidade permite e mesmo fomenta (as adaptações, vide Hutcheon, 2012) – enfocando estes novos textos como o lócus da convergência entre os atos de leitura e escritura, processo pelo qual (de)escreve-se textos (e formas, materialidades) canônicos. Neste sentido, a leitura e a escrita são pensadas como desleitura na acepção de Bloom (1991; 1995), apropriação desviante do texto do outro – texto escrevível, a ser lido sempre na perspectiva de uma abordagem comparada, ou seja, em diálogo com outros textos. Como objeto dessas reflexões, tomaremos esses projetos coletivos de escrita/leitura, como as traduções de fãs e as fanfictions.
Palavras-chave: TEXTUALIDADES CONTEMPORÂNEAS, DESLEITURAS, ESCRITA, AUTOR