Nesta comunicação será analisada a recriação literária do fim da Guerra Civil Espanhola no porto de Alicante nos últimos dias de março de 1939 em textos literários da literatura hispânica. Trata-se de uma tragédia singular e quase esquecida pela historiografia e pela cinematografia, sobre a qual pouco se escreveu. Esta derrota trágica do exército republicano marcou seu fim, em Alicante, e não com a entrega de Madri às tropas franquistas. Levanta-se essa questão pela desatenção a estes acontecimentos trágicos, sabe-se que os últimos atos do drama sanguinário da guerra aconteceram na província de Alicante, que também foi escolhido como última sede do governo republicano. Os milhares de refugiados no porto de Alicante tinham a esperança de serem resgatados por navios estrangeiros e levados para o exílio, onde estariam seguros em outro país ou continente.
A tragédia no porto de Alicante, cujas vítimas foram estimadas em aproximadamente 18.000 pessoas que não conseguiram embarcar e foram levadas aos campos de concentração e presídios franquistas. Houve, ao longo das últimas décadas, um número expressivo de obras literárias importantes que evidenciam a necessidade de rever um passado histórico, cuja memória foi manipulada durante muito tempo pelos vencedores da guerra.