No romance O Coronel Sangrado (1877), de Inglês de Sousa, a ideia de sina estrutura esteticamente a obra. Sina é o destino inevitável que excede em força o arbítrio humano e que, na obra analisada, marca de forma inapelável o rumo da vida. A sina, com toda sua carga de elemento significativo componente do imaginário amazônico, é o signo que caracteriza a estratégia naturalista de Inglês de Sousa n’O Coronel Sangrado. Essa ideia estruturante de um romance naturalista aponta para as modificações do conceito de naturalismo desde a sua primeira descrição, por Emile Zola, por volta de 1880. Dessa fora, os conceitos originais de naturalismo, definidos por Zola n’O romance experimental (1880) não dá conta da complexidade dos sentidos criados por Inglês de Sousa na sua ficção, um híbrido de texto ilustrado e de imaginário amazônico. O conceito benjaminiano de semelhança extrassensível dá conta dessa operação mimética realizada por Inglês, que não retrata diretamente a natureza, mas que representa na forma de semelhança a natureza expressa como mito.
Palavras-chave: Naturalismo. Inglês de Sousa. Literatura Amazônica.