A par da dinâmica de “irrealização do real e da realização do imaginário”, conforme aponta Wolfgang Iser (1926-2007) n’O fictício e o Imaginário: perspectivas de uma Antropologia literária (1992), sublinha-se do conto Solidariedade humana (1935) e do ensaio A função social da ciência (1954), ambos de autoria de Josué de Castro, presentes no “Documentário do Nordeste” (1937) e no “Ensaios de biologia social” (1957), a relevância crítica do fluxo literatura-ciência em face da ambivalente feição artística esboçada pela ficção. No diálogo com a biologia, as ciências sociais e a geografia, os dois textos decompõem estruturas preexistentes de organização da referencialidade em ato pelo qual, a própria seleção e, a posterior combinação dos elementos resulta na transgressão de limites do real e na expansão disforme da grafia liminar.