Este artigo tem como objetivo apontar algumas características temáticas e estruturais da obra Monte Veritá (2009), de Gustavo Bernardo (1955-), como aspectos da literatura juvenil contemporânea. Temas como fome, miséria, guerra, meio ambiente, entre outros, que preocupam filósofos e cientistas das mais diversas vertentes, apresentam-se na literatura para jovens de Bernardo – em sua narrativa, aqui analisada, a população mundial, ao longo de seis semanas é informada, em todas as línguas e suportes midiáticos existentes sobre seis mudanças radicais em suas vidas: 1) o desaparecimento de todas as armas de destruição em massa; 2) a diminuição drástica da taxa de natalidade dos seres humanos; 3) a limpeza de todo o tipo de sujeira do planeta; 4) o desaparecimento dos combustíveis fósseis; 5) a equivalência de força dos animais de outras espécies para se protegerem do ser humano; 6) a promulgação de uma lei universal sobre o respeito para com os seres vivos. Preocupações presentes também em obras anteriores, como, por exemplo, Não verás país nenhum (2007), de Ignácio de Loyola Brandão (1936-), publicado pela primeira vez em 1981, premiado como melhor livro latino-americano publicado na Itália, em 1983, pelo Instituto Ítalo-Latino Americano (ILLA). A qualidade literária do texto de Gustavo Bernardo merece atenção por evitar o pedagogismo comum em abordagens dos grandes temas da civilização.