Esta comunicação possui como objeto de análise a narrativa “Darandina”, do livro Primeiro Estórias (1962), de João Guimarães Rosa, levando-se em conta aspectos temático-estruturais e o modo de apreensão do mundo e da vida, por meio da loucura. “Darandina” é uma narrativa que relata a história de um sujeito que rouba uma caneta e é surpreendido quando escala uma palmeira, resistindo a qualquer tentativa de ser retirado de lá, há uma irrupção de loucura por parte do sujeito que, no topo da palmeira, inicia um discurso filosófico. Portanto, o discurso do personagem principal revela-nos uma expressiva desconstrução da razão por meio da desconstrução da linguagem. Tendo em vista que os recursos literários metafóricos são evidências fortes, que estudadas pela ótica da psicanálise estimula à reflexão sobre a verdade evidente versus verdade representada. Ao que parece, segundo Eduardo Coutinho (1994), Guimarães Rosa executa verdadeira desconstrução do discurso hegemônico da lógica ocidental, lançando-se na busca de terceiras possibilidades.