Este artigo é fruto de uma pesquisa em leituras literárias de juventudes, com estudantes do Ensino Médio. A investigação define-se como uma Pesquisa de Campo, de caráter qualitativo, descritivo e interpretativo. Os principais locais da pesquisa são o Colégio Estadual Thales de Azevedo e a Biblioteca Pública Thales de Azevedo, ambos situados na cidade do Salvador. O grupo de colaboradores compõe-se de 08 estudantes da 2ª e da 3ª Série do Turno Matutino, todos frequentadores da Biblioteca. Busca-se, fundamentalmente, compreender de que maneira e em que medida leem as juventudes investigadas. Olhar, pelo verso da página, e tentar significar, de alguma maneira, as leituras literárias que estas juventudes realizam. A seleção de títulos de leitura inclui duas produções literárias, a saber, A menina que roubava livros, de Markus Zusak; e O diário de Anne Frank, organizado por Otto Frank e Miryam Preesler. Os pressupostos teóricos – apoiados, sobretudo, nas ideias acerca da ordem dos livros, de Roger Chartier; da Estética da Recepção, de Hans Robert Jauss; e nas ponderações sobre o Letramento Literário com e entre as juventudes, trazidas por Tânia Rösing e Cyana Leahy-Dios – compreendem a Literatura como um conjunto de produções que, de uma ou outra forma, usam a palavra como meio de expressão de uma sensibilidade face ao mundo e aos homens. Entende-se por leitura literária uma atividade plural e multifacetada, que contempla a atualização de diversos e variados tipos e gêneros textuais, numa infinidade de suportes. Os dispositivos metodológicos avançam progressivamente da aplicação de um questionário no universo total do turno matutino da escola referida à realização de Círculos de Leitura, baseados nas ideias de Rildo Cosson, e enriquecidos pelo método Dime de conversação literária – idealizado por Aidan Chambers.