A melancolia é um roteiro transviado, seguido por aquele que, na aurora dos tempos, teve seu pedido de autonomia e reconhecimento negado, ignorado, esquecido. O Outro negligenciou-lhe o olhar agregador, a voz pacificadora ou, ainda, o ato protetoral necessário à unificação imaginária de seu corpo, à fusão dos fragmentos que o compunham. Nossa pesquisa, numa interface entre a Literatura e a Psicanálise, percorre os meandros do discurso melancólico, com vistas a identificar, na poética meireliana, as marcas de um eu em colapso. Como arcabouço teórico, recorremos às teorizações de Freud, Lacan e Klein.