A produção africana contemporânea é contaminada pelo biográfico como forma de lidar com a sua narrativa. Os autores José Luandino, Ruy Duarte de Carvalho, Chimanandah Ngozi Adichie, TJ Dema, entre outros, ao seu modo produzem textos que se colocam em um limiar entre a biografia, o relato pessoal, e a ficção. Usam isso para de certa forma colocar em questão o que Chimanandah chama de história única, um relato único que definiria todo um continente. Relatos pessoais se misturam aos documentos históricos e criam histórias singulares de uma África que não depende mais do que se fala sobre ela. Luandino em seus últimos romances fala de documentários em uma ficção, misturando os domínios, Ruy Duarte faz do relato de viagem sua forma de contar uma história, Chimanandah em suas palestras nos coloca em questão que história quer contar e TJ Dema cria um ambiente em seu blog de relato do dia a dia, usando fotografias e vídeos, bem como seu corpo, para deixar essa linha ainda mais tênue. Nessa comunicação pretendo apresentar um esboço da análise de como esses autores lidam com essas fronteiras borradas. Busquei na literatura dos autores tratados a base para falar dessa busca no começo de minha pesquisa.