Alberione da Silva Medeiros, Katia Aily Franco de Camargo
O Poema/Processo é um movimento de vanguarda que surgiu de um grupo de estudiosos da Poesia Concreta no Rio Grande do Norte, na década de 1960. Os poetas/processo têm suas produções voltadas para a arte do experimental e do revolucionário (anti) literário, em desfavor dos movimentos institucionalizados e acadêmicos da época. Moacy Cirne fundou e participou ativamente da vanguarda, e tem poemas que foram produzidos por meio de procedimentos semióticos, advindos do pensamento vanguardista do poema/processo, em que partem de uma premissa de relação direta com as culturas de massa. Moacy foi um dos principais líderes do poema/processo e articulador nos contatos entre poetas e teorias dos representantes do movimento no Rio de Janeiro. Diante disso, este artigo pretende desenvolver um estudo analítico de alguns poemas em consonância com teorias que sustentam a condição marginal do poeta (seja no âmbito geográfico – partindo das margens do poder hegemônico político, social e literário – ou, das margens das práticas e dos grupos experimentalistas já consolidados no Brasil no final da década de 60 e começo de 70), e também no que diz respeito à relação da vanguarda do poema/processo com as culturas de massa. Para isso, fundamentaremos as análises a partir dos pensamentos de Antonio Candido em Literatura e Sociedade (2006), em conformidade com textos de Theodor Adorno e Walter Benjamim. Portanto, no uso de métodos e na ótica da Literatura Comparada, seguimos no objetivo de encontrar relações hibridas e análogas entre os poemas de Moacy, e a relação com as culturas de massa no contexto da época ditatorial em que se inseriu o movimento de vanguarda do poema/processo.
Palavras-chave: Poema/Processo, Vanguarda e Culturas de massa.