Tayana BARBOSA. Universidade Federal do Pará (UFPA)
O escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909 – 1979) exerceu diversas atividades na esfera intelectual brasileira. Foi romancista, crítico literário, cronista, ensaísta, repórter e articulista de importantes periódicos de Belém do Pará e do Rio de Janeiro. Em sua trajetória literária, elaborou o ciclo Extremo Norte, composto por dez obras ficcionais, e o romance proletário Linha do Parque (1959), resultado do vínculo que o escritor mantinha com Parido Comunista Brasileiro (PCB). Suas outras facetas se apresentaram nos jornais para os quais colaborou, de onde destacamos as crônicas. Embora tenham tomado fôlego nos últimos anos, os estudos sobre a produção literária de Dalcídio ainda se limitam a sua produção romanesca, muito pouco se tem mostrado sobre a sua produção jornalística. Este trabalho, portanto, pretende ajudar a ampliar esse quadro, procurando estudar a produção de crônicas do romancista no jornal paraense O Estado do Pará, circulante em Belém, entre os anos de 1911 a 1980. Nesse periódico, evidenciamos cinco crônicas acerca da consciência social: em defesa da cultura popular: Tomei bença de mãe baiana (1939); Boi e teatro (1941); São João evêm (1941); Joraci Camargo e o teatro dos estudantes (1941) e Chaminé, o pai Francisco (1941). Esses textos nos são apresentados por um mesmo fio condutor, pois formam uma espécie de ciclo sobre a valorização e a reestruturação do teatro popular, com a inserção de elementos do próprio folclore brasileiro, como o Boi Bumbá. Assim, objetivamos, com este trabalho, verificar como Dalcídio Jurandir se comportou com a produção de outro gênero literário (Crônica) e entender o modo como o escritor enxergava a cultura popular e o valor desta para a constituição do ser social.
Palavras-chave: Dalcídio Jurandir, Crônicas, O Estado do Pará