Na compreensão de que a política da arte extrapola o significado de arte política, isto
é, de que não existe uma linha reta entre sentido e efeito sob o leitor/expectador, nosso trabalho
pretende discutir a política subjacente à poética de Francis Ponge. Encontramos, em Ponge, a
necessidade de calar sobre determinados temas da poesia e trabalhar a linguagem num exercício
maior de não-dizer do que dizer. Nosso intuito é discutir tal política a partir da leitura de "As
pessoas e as coisas" de Roberto Esposito", no interesse em relacionar o "silêncio" de Ponge à
sua relação com as "coisas" e os objetos do cotidiano.
Palavras-chave: Poesia contemporânea; política da arte; objetos