Esta é uma proposta de investigação estética da poética de Hilda Hilst, objeto central
deste trabalho, na medida em que se aproxima do que intitulo “imagens aberrativas”. Imagens
que se produzem no estranhamento, nos ruídos da percepção, nas torções da forma, nos restos da
experiência, nos sintomas de um real que nunca se completa na linguagem. A aberração provoca
ranhuras na percepção, cria um efeito de estranhamento, através da associação de elementos
improváveis, corpos dissonantes, enfrentando assim os paradigmas do antropomorfismo, da
tautologia e, fundamentalmente, do biográfico (se tratamos o corpo como uma bioescrita).