Leíza Maria Rosa. Doutoranda em Estudos Literários (UFU)
Esse trabalho tem como objetivo estudar a literatura como espaço do ficcional, em
diálogo com a questão do imaginário. Para tal, a intenção é utilizar como corpus literário um
pequeno grupo de poemas publicados em Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade,
considerado um livro de memórias do autor. Propõe-se verificar o modo como o poeta traduz
em imagens o tempo e o espaço da infância, tornada aberta e propícia à invenção de possíveis
como prenúncio e, ao mesmo tempo, releitura, de um real acessível pelo (e ao) imaginário.
Resultado de uma operação poeticamente transgressora, Boitempo é memória que se inventa, se
escreve e se inscreve no tempo e no espaço imaginários.