O presente artigo busca analisar a obra Os papéis do inglês (2000), do escritor
angolano Ruy Duarte de Carvalho (1941 – 2010), a partir de procedimentos literários próprios
da autoficção. A escrita de si, na literatura contemporânea, aponta para um efeito de narrativa
em cascata, em que o próprio fazer literário é apresentado ao leitor. Pensando nisso, pretende-se
refletir sobre aspectos da encenação da escrita na obra, entendida aqui como estratégia
autoficcional, visto que o autor se ficcionaliza e faz com que a elaboração de sua escrita seja
parte do enredo. Assim, será investigado o pacto de leitura ambíguo na narrativa para
compreender os procedimentos literários aqui objetivados.
Palavras-chave: Autoficção; narrativa especular; encenação da escrita