O presente trabalho visa comparar as obras Metamorfoses (2010), de Ovídio, e Chibé
(1964), de Raimundo Holanda Guimarães, considerando como ponto em comum entre ambas a
representação da “cultura do estupro”, prática de naturalizar e imputar à vítima a culpabilidade
pela violência sofrida. Nas referidas obras, as personagens femininas Medusa e Maria das Dores
sofrem estupros e, além disso, a culpabilização pela agressão sofrida. Darão suporte à discussão
Brandão (1986), Bulfinch (2006), Campos (2016), Regis (2009), entre outros. Buscar entender
como tal tema fora abordado nas duas obras possibilita reflexões acerca da perpetuação de
discursos de opressão, subjugação e objetificação femininas até os nossos dias.
Palavras-chave: Metamorfoses; Chibé; Feminino; Cultura do estupro