No livro “Zé Limeira, poeta do absurdo”, Orlando Tejo narra passagens da vida e
transcreve trechos da obra de um cordelista e repentista da Paraíba conhecido como Zé Limeira,
cuja existência sempre foi questionada. Usando como fio condutor a possível ficcionalização
desta biografia e as pitadas de autoficção destiladas por Tejo em sua publicação e os
pressupostos de Friedrich A. Kittler e de Adalberto Muller no artigo “Proust e as midias: o trem,
o telefone, a fotografia e o cinema”, este trabalho se propõe a debater a autoficionalização em
narrações registradas pelo gravador, a possibilidade de estarmos perante uma ilusao auditiva, a
diferença de posturas entre seres humanos reais e artistas frente ao aparelho de captação de
histórias e a evidência da presença de fatores tecnológicos nas mudanças de concepção e na
percepção do mundo.