O presente trabalho tem por finalidade analisar o conto “A coleira no pescoço”, do escritor Menalton Braff publicado em obra homônima no ano de 2006. Apresenta-se, neste trabalho, a visão de alguns teóricos a respeito do que seja o conto e sua importância enquanto gênero literário. Também, serão abordadas algumas teorias que contribuem para o estudo e análise de contos, dentre as quais a teoria de Poe sobre a unidade de efeito e a de Piglia quando este afirma que um conto sempre conta duas histórias. Tais teorias são utilizadas na análise do conto A coleira no pescoço do escritor contemporâneo Menalton Braff. O conto A coleira no pescoço retrata um episódio da vida de um velho e seu cão, ambos vivendo arrastados, um pelo cansaço da idade e o outro por uma corrente presa ao pescoço. Um não suporta o outro, mas nada podem fazer para modificar essa realidade. O conto retrata uma situação de solidão, desprezo, raiva e tédio, vividas cotidianamente pelo velho e seu cão. Essa situação, não é apresentada no conto, mas leva o leitor a conjecturar sobre o que levou ambos a viverem dessa forma. Essa temática, da solidão, do conflito consigo mesmo e nos relacionamentos esta muito presente no conto, que já nas primeiras frases evidencia uma situação em que dois personagens suportam a velhice em meio a acusações. Em seu início, o conto já indica ao leitor que existe uma relação conflituosa entre dois personagens, e destes com sua condição de vida, no caso a velhice e a solidão. A presença alucinante que o conto possui, presença essa indicada por Cortázar ao descrever o conto breve, se instala nas primeiras frases e prende a atenção do leitor, já que não é mencionado nenhum fato anterior que os tenha levado ao presente momento no qual o conto tem seu início. Assim vemos que, a economia não desmerece o conto, sendo nesse caso desnecessária uma história prévia dos personagens, talvez para um romance essa descrição fosse necessária. Dessa forma, o conto leva o leitor por um caminho cansativo, não porque o conto seja longo ou maçante, muito pelo contrário, mas porque o autor utiliza-se de recursos que reproduzem no leitor a exaustão sentida pelos personagens. E é sobre isso que Poe afirma em sua teoria sobre a unidade de efeito, ou seja, que em um conto breve o autor pode realizar a plenitude de sua intenção.
Palavras-chave: TEORIA DO CONTO, MENALTON BRAFF, A COLEIRA NO PESCOÇO