Jacqueline de Sousa Miranda, Prof. Dr. Sílvio Augusto de Oliveira Holanda
Sustentado pelo método hermenêutico triádico da estética da recepção, sobretudo baseado nos textos “A história da literatura como provocação à teoria literária” (1994), proposto por Hans Robert Jauss (1921-1997) vinculado à temática da Literatura Brasileira deste encontro, esta comunicação tem por objetivo analisar a temática da representação do estrangeiro em “O recado do morro” (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), pertencente à coletânea Corpo de baile, especificamente da na figura de seo Alquiste ou seo Olquiste, um pesquisador e naturalista, que realiza uma excursão em torno do Morro da Garça (MG), juntamente com outras pessoas (o guia Pedro Orósio, Frei Sinfrão, o fazendeiro Seo Jujuca do Açude e Ivo Crônico), com intuito de explorar o sertão. Viagem esta guiada por Pedro Orósio, moço, com estatura alta, que viajava com os pés descalços, de passadas muito extensas e ligeiras, tão forçoso, de corpo nunca se cansava, namorador, e conhecedor da região, um exemplo nato da personificação do homem sertanejo. A narrativa é detalhista quanto à descrição da fauna e flora, com as quais o seo Alquiste se mostrou maravilhado, além da estratificação socioambiental da região, onde este fazia anotações com fins de estudo e recolhimento de material para fins científicos. Enfatizando o interesse dos estrangeiros sobre a riqueza dos solos mineiros, solos estes com formação geológica antiga, montanhosas e eluviais, que, no período colonial do Brasil, fora um grande fornecedor de ouro e pedras preciosas, descobertas pelos bandeirantes e fornecidas à Coroa portuguesa. Este artigo tem como proposta de leitura o olhar estrangeiro, com base em estudos sobre o tema na obra rosiana, como os de Marli Fantini (2003 e 2008).
Palavras-chave: “O recado do morro”. Guimarães Rosa. Estrangeiro.