Heterolinguismo e hibridismo de gêneros no romance nigeriano contemporâneo: um olhar sobre Fique Comigo, de Ayòbámi Adébáyò
PÔSTER - XIX ENCONTRO ABRALIC
Isabela Tais de Oliveira Cerqueira
ORIENTAÇÃO: Adriana Cristina Aguiar Rodrigues
RESUMOS: Esta pesquisa, que parte de um projeto em andamento, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), toma como tema a hibridização de línguas e gêneros na obra nigeriana Fique Comigo, de Ayòbámi Adébáyò. A primeira forma de hibridização, chamada também de heterolinguismo (Leite, 2010), diz respeito à presença de duas ou mais línguas mescladas em um texto, sendo uma delas em maior quantidade, e a outra a responsável pela mesclagem, em menor quantidade. O hibridismo de línguas pode acontecer de duas formas: como ou sem glossário, e é comum na escrita de autores bilíngues, nascidos em ex-colônias. O segundo tipo de hibridização que trabalharemos nesta pesquisa é a de gêneros, em que, assim como no heterolinguismo, há um gênero “maior”, o suporte, mesclado com outro, menos aparente. Ambos os gêneros permanecem intocados, não abandonando suas nomenclaturas e formas, nesta hibridização. A partir destes conceitos, trabalhados por Ana Mafalda Leite em dois textos teóricos essenciais — Empréstimos da oralidade na produção e crítica literárias africanas (1998) e Representação da oralidade em textos literários africanos: heterolinguísmo e hibridismo de gêneros (2010), e da perspectiva pós-colonial, cujo precursor é Edward Said (2011), propositaremos analisar o romance Fique Comigo, originalmente escrito em inglês, e, em seu corpo, identificar incidências da língua iorubá, um dos idiomas autóctones dos muitos existentes na Nigéria, e a presença de duas histórias orais inseridas na obra, como intertexto. Assim, a partir disso, esperamos observar a hibridização de línguas e gêneros, como também a dos indivíduos nigerianos nascidos no período pós-independência, como exemplo, a autora do romance, Ayòbámi Adébáyò.
PALAVRAS-CHAVE: romance nigeriano contemporâneo. heterolinguismo. hibridismo de gêneros.
REFERÊNCIAS: ADÉBÁYO, Ayòbámi. Fique comigo. Tradução de Marina Vargas. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018. LEITE, Ana Mafalda. Empréstimos da oralidade na produção e crítica literárias africanas. In. _______. Oralidade & Escritas na Literatura Africana. Lisboa: Colibri, 1998. p. 11-36. __________. Representação da oralidade em textos literários africanos: heterolinguísmo e hibridismo de gêneros. In: SECCO, Carmen L. T.; SALGADO, Mª T.; JORGE, S. R. (org.). Pensando África: literatura, arte, cultura e ensino. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2010. p. 157-164. SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia de Bolso, 2011.