Tempestade na xícara de chá: mise en abyme em As Horas Nuas de Lygia Fagundes Telles

PÔSTER - XIX ENCONTRO ABRALIC

Jamilly Bianca de Sá dos Santos

ORIENTAÇÃO: Suzi Frankl Sperber

RESUMOS: Este trabalho tem como objetivo mapear a presença do procedimento narrativo da mise en abyme no romance As Horas Nuas (1989) de Lygia Fagundes Telles, especificamente nos capítulos narrados por Rosa Ambrósio. Para isso, a pesquisa busca demonstrar a presença da mise en abyme na estrutura de As Horas Nuas como livro, na medida em que o título “As Horas Nuas”, dentro do romance, remete ao livro de memórias escrito por Rosa Ambrósio dentro da própria narrativa. Além disso, o texto aborda o aspecto duplo na formulação da narrativa e da construção da linguagem, evidenciando como Lygia cria uma linguagem que se molda à narrativa e uma narrativa que se molda à linguagem. Como referencial teórico, serão utilizados autores como Capotã (2004), Dällenbach (1972, 1977, 1989), Gide (1996), Ricardou (1978) e Huntcheon (1980).

PALAVRAS-CHAVE: Lygia Fagundes Telles; As Horas Nuas; espelhamento; mise en abyme; metaficção.

REFERÊNCIAS: DALLENBACH, L. Le livre et ses miroirs dans l’oeuvre romanesque de Michel Butor. Paris: Archives des Lettres Modernes, 1972. DALLENBACH, L. Le récit spéculaire: essai sur la mise en abyme. Paris: Seuil, 1977. DALLENBACH, L. The Mirror in the Text. Chicago: The University of Chicago Press, 1989. GIDE, A. Journal: tome I (1887-1925). Paris: Gallimard, 1996. HUTCHEON, L. Narcissistic Narrative: The Metafictional Paradox. Waterloo, Ontario: Wilfrid Laurier University Press, 1980. RICARDOU, J. Le noveau roman. Paris: Seuil, 1978, p. 47-75. STANCIU-CAPOTÃ, R. Du blason littéraire ou la mise en abyme en littérature. In: Dialogos: Le centre dans tous sés états. Bucarest, Roumanie: Département des Langues Romanes et de Communication en Affaires. n. 09, 2004. TELLES, L. F. As horas nuas: romance. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 224p.