ORIENTAÇÃO: Rony Márcio Cardoso Ferreira

RESUMO: A presente comunicação visa um estudo comparatista entre a versão em língua portuguesa de Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen, assinada e publicada por Lúcio Cardoso em 1940, e a produção literária do escritor brasileiro, a fim de observar que o projeto literário de Lúcio Cardoso não está dissociado de seu papel como tradutor-leitor do romance Pride and Prejudice (1813). Desse modo, objetiva-se esclarecer a importância da tradução da obra inglesa frente ao projeto literário e intelectual do autor, além de dar visibilidade ao seu ofício tradutório, evidenciando aspectos ou marcas advindas de sua relação com as versões traduzidas e assinadas ao longo da vida sua literatura pode trazer. Em outros termos, sua obra pode ser tradutória na medida em que dialoga com textos traduzidos a partir de línguas e culturas remotas que pairam como espectros (DERRIDA,1994), para além da vida de seus autores. Este estudo também objetiva contrastar os elementos da literatura do autor com os que se presentificam na tradução do romance inglês por ele empreendida. Por isso, lançaremos mão das proposições de Ricardo Piglia (2006) e Jorge Luis Borges (2007) para tratarmos da figura do escritor mineiro como potencial leitor da obra estrangeira, além de evidenciarmos o papel das versões por ele assinadas na constituição de sua biblioteca intelectual.

PALAVRAS-CHAVE: projeto intelectual. tradução. Lúcio Cardoso tradutor.

REFERÊNCIAS: AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Tradução de Lúcio Cardoso. Rio de Janeiro: José Olympio, 2019. BORGES, Jorge Luis. Ficções. Tradução de Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova internacional. Tradução de Ana Maria Skinner. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994. PIGLIA, Ricardo. O último leitor. Tradução de Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.