ORIENTAÇÃO: Rony Marcio Cardoso Ferreira

RESUMO: Esta proposta de exposição se detém em um estudo comparado (CARVALHAL, 2000) do soneto XXXII, de Mario Quintana, publicado em seu livro A rua dos Cataventos, de 1940, e do episódio narrado no romance Du côté de chez Swann [No caminho de Swann], escrito por Marcel Proust, publicado originalmente em língua francesa em 1913 e traduzido para a língua portuguesa no final da década de 1940 pelo poeta gaúcho. A pesquisa se propõe a examinar em que medida os empreendimentos tradutórios de Quintana contrastam com sua própria obra. A compreensão dos conceitos e das problemáticas afeitas à teoria da tradução serão, pois, exploradas não com o intuito de tecer um juízo de valor sobre a tradução realizada por Quintana, mas de compreender, ao lado da crítica que dela tratou, juntamente com os estudos sobre o seu projeto estético, os pontos em que as duas instâncias de atuação do intelectual – tradutor e escritor – contrastam entre si. Em vista dessas considerações, este estudo buscará, em linhas gerais, traçar um perfil de Mario Quintana enquanto leitor em potencial de Marcel Proust, amparado, por sua vez, nos pressupostos de Jorge Luis Borges (2007) e Ricardo Piglia (2006).

PALAVRAS-CHAVE: Tradução. Mario Quintana tradutor. projeto intelectual. leitor. Literatura Comparada.

REFERÊNCIAS: BORGES, Jorge Luis. “Kafka e seus precursores”. In. ______. Outras inquisições. Tradução de Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 127 – 130. CARVALHAL, Tania Franco. “De traduções, tradutores e processos de recepção literária”. In. Revista brasileira de Literatura Comparada. Salvador, v. 01, n. 05, 2000. p. 84 – 92. PIGLIA, Ricardo. O último leitor. Tradução Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. QUINTANA, Mario. Mario Quintana: poesia completa. Org. Tania Franco Carvalhal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. p. 83 – 121. PROUST, Marcel. No caminho de Swann. 4. ed. Tradução de Mario Quintana. Porto Alegre: Biblioteca Azul, 2016.