ORIENTAÇÃO: Tatiana Franca Rodrigues Zarinato

RESUMO: Este trabalho é fruto da pesquisa de Iniciação Científica (Universidade Federal de Jataí/ Letras Português) intitulada O meta-discurso em Lori Lamby: por que não se deve olhar para as estrelas. No pôster será apresentado o recorte sobre a relação entre literatura e mercado editorial, metaforizada na relação entre a produção do pai e a de Lori. Como suporte teórico, destacam-se as leituras de Friedrich Nietzsche, especificamente a Genealogia da Moral, e de Roland Barthes, sobretudo através do conceito de texto de prazer e fruição. Propusemos, assim, a elaboração d’ O Caderno rosa de Lori Lamby como uma provocação ao leitor, através do convite à fruição do texto. Assim, admitimos três personagens para fundamentar nossa hipótese de leitura: Tio Lalau, o pai e Lori – buscamos demonstrar como os três, enquanto leitores de suas próprias produções e de outrem, articulam percepções sobre a literatura, seja rebaixando-a à produto de consumo, considerando-a objeto restrito a eruditos ou, finalmente, realizando-a como deve ser: uma reflexão sobre os limites da linguagem. Dessa forma, buscamos analisar os rótulos recebidos pela autora no momento de publicação da obra – erótica, obscena e pornográfica – buscando compreender que nessa catalogação há a determinação do mercado editorial, que postula como uma obra deve ser consumida (não lida ou usu-fruida) e que, portanto, torna os livros objeto de consumo, submissos ao jogo do capital, distantes do status de arte.

PALAVRAS-CHAVE: Hilda Hilst; mercado editorial; obsceno; fruição.

REFERÊNCIAS: BARTHES, Roland. O prazer do texto. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polemica. 10 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. PEREIRA, M. H., SILVA. J. B. O gênero diário pessoal: como se confecciona o íntimo. Revista línguas e letras, Cascavel, v. 16, 2015, n. 34, p. 264 – 285. HILST, Hilda. Pornô chic. 3 ed. São Paulo: Globo, 2018.