ORIENTAÇÃO: Thadyanara Wanessa Martinelli Oliveira

RESUMO: As discussões sobre a relação entre literatura e sociedade são bastante presentes nos estudos literários, sendo possível observá-las nas falas de diversos críticos e teóricos. Dentre eles, é válido ressaltar Antonio Candido (1995, p.7): o intelectual brasileiro explicita que “uma sociedade igualitária pressupõe respeito aos direitos humanos e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e níveis.” Além disso, outro autor relevante que faz referências à relação entre essas duas vertentes – mais especificamente à poesia – é Octavio Paz (2012), o qual afirma no texto “Signos em rotação” que uma poesia sem sociedade seria um poema sem autor. Sendo assim, a literatura afirma a sociedade de forma íntegra, com todos os seus problemas, e em contrapartida a nega. Desse modo, é indispensável salientar que alguns textos literários questionam a sociedade e seus preconceitos a fim de que a literatura possa dar voz às minorias e promova discussões essenciais à evolução da coletividade. A partir disso, o objetivo deste trabalho é empreender uma análise do poema “Ai que bom seria ter um bigodinho”, presente na obra Rilke Shake (2007) da autora contemporânea Angélica Freitas, apresentando de que forma o discurso feminista se faz presente no texto poético de Freitas, expressando, dentre várias pautas, a igualdade de gêneros. Para fundamentar a nossa análise, utilizaremos os escritos de Simone de Beauvoir, a qual, em seu livro Segundo sexo (1960), discorre que a humanidade é masculina, e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele. Em suma, como embasamento teórico que constitui a análise presente no trabalho, foram também utilizados autores que relacionam a literatura e a poesia à sociedade, tais como, Antonio Candido (1995), Octavio Paz (2012) e Alfredo Bosi (1972).

PALAVRAS-CHAVE: Angélica Freitas; feminista; Rilke Shake; privilégio masculino

REFERÊNCIAS: BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960a. BOSI, Alfredo. (1972). O ser e o tempo da poesia. Discurso, 3(3), 155-174. Acesso em: jan/2020. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.1972.37739 CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995. FREITAS, A. Rilke Shake. São Paulo: CosacNaify, 2007. PAZ, Octavio. “Signos em rotação”, in: Signos em rotação. Tradução de Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Editora Perspectiva, 2012.