ORIENTAÇÃO: Márcia Manir Miguel Feitosa

RESUMO: O termo "paisagem" é originalmente relacionado ao pictórico, mas, atualmente, revela a relação do homem com o espaço, ou seja, a paisagem contempla - além da visão panorâmica - o espaço construído por elementos: físicos, naturais e culturais. Ao tentar entender como esse conceito está representado na literatura, elegeram-se dois romances para se analisar a paisagem de Lisboa, em narrativas compostas por escritores luso-angolanos. As obras Luanda, Lisboa, Paraíso (2019) e Também os brancos sabem dançar: um romance musical (2018) foram escritas respectivamente por Djamilia Pereira de Almeida e Kalaf Epalanga. Ambos os romances narram a vida de migrantes que saíram de seu país natal, Angola, para encontrar auxílio no estrangeiro, porém, depararam-se com uma Europa pouco receptiva e enfrentam um ambiente de não pertencimento. A partir da leitura desses romances, pode-se conhecer uma outra face, sobretudo, da capital portuguesa. Com base nesses pressupostos, fez-se uma análise à luz da Geografia Humanista Cultural, ao beber das fontes de pesquisa dos estudiosos Alexis Nouss (2013), Michel Collot (2017), Eric Dardel (2015) e Yu-Fu-Tuan (2013), além de outros. Portanto, essa percepção paisagística pouco evidenciada da cidade lisboeta é um importante instrumento de reflexão necessário para futuras transformações sociais relacionadas ao acolhimento de migrantes.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura luso-angolana; Paiagem; Geografia Humanista Cultural; Luanda, Lisboa, Paraíso; Também os brancos sabem dançar.

REFERÊNCIAS: COLLOT, Michel. Ver e viver a cidade como paisagem. Trad. Maria Luiza Berwanger. P. 103-117, 2017. NOUSS, Alexis. Pensar o exílio e a migração hoje. Trad. e nota de abertura de Ana Paula Coutinho. Porto: Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e Edições Afrontamento, 2013. TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Trad. Lívia de Oliveira. Londrina: Eduel, 2013.