ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:701-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">701-1</td><td><b>Dos ítans a Epé Laiyé Terra Viva: reverberações do léxico e da cultura de terreiro na educação das crianças do Opô Afonjá</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Lise Mary Arruda Dourado </u> (UNEB - Universidade do Estado da Bahia) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Em <i>Epê Layê Terra Viva</i> (SANTOS, 2009), obra literária infanto-juvenil de circulação nacional, que compõe o acervo da biblioteca da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, vinculada ao Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Stella de Oxóssi presenteia todos os leitores com uma narrativa inspirada na tradição dos ítans. Nestes, há muito, contam-se histórias, transmitindo oralmente traços significativos da cultura de terreiro, vicejando seus princípios civilizatórios: a cosmogonia de origem nagô; o sentido da vida comunitária; a compreensão de vários aspectos da prática religiosa; sua linguagem própria. No livro, no entanto, a iconografia e a linguagem simples, aliadas às palavras de origem yorubana, envolvem as crianças numa atmosfera de encantamento: Exu; Oxalá; Yemanjá; Oxum; Oiá; Euá; Ossãe; Oxóssi; Ogun; Xangô; Okô; Oxumarê; Omolu; etc. Há pouco, era impensável o acesso das crianças ao repertório lexical do povo-de-santo em uma produção literária orientada pela escrita. Neste artigo, objetiva-se evidenciar como o léxico de terreiro, herdado da oralidade ancestre e recentemente presentificado na literatura infanto-juvenil, mobiliza valores afro-rizomáticos que engendram o combate às ideologias de recalque e denegação cultural, procurando desconstruir um modelo de linguagem européia, ainda predominante na maioria das escolas oficiais brasileiras. Considerando que seja o léxico de um povo o seu mais valoroso espólio cultural e partindo do referido estudo de caso, a pesquisa justifica-se pela necessidade de discutir e divulgar o redimensionamento da importância do léxico de origem africana na educação brasileira, contribuindo para o cumprimento da Lei 10.639/03. Para pensar o ensino do léxico numa perspectiva descolonizadora, lança-se mão dos construtos de Mignolo (2003), Bhabha (1998), Hall (2003), Luz (2002), entre outros. No tocante ao estudo do léxico de terreiro, põem-se em diálogo: Cacciatore (1935), Castro (2001), Lody (2003). A escrita deste artigo ancora-se ainda no desejo de Mãe Ondina de "ver, um dia, o currículo da escola oficial e/ou seu cotidiano aderindo, incorporando e legitimando os valores originais da comunidade-terreiro". </font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>