ÿþ<HTML><HEAD><TITLE>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</TITLE><link rel=STYLESHEET type=text/css href=css.css></HEAD><BODY aLink=#ff0000 bgColor=#FFFFFF leftMargin=0 link=#000000 text=#000000 topMargin=0 vLink=#000000 marginheight=0 marginwidth=0><table align=center width=700 cellpadding=0 cellspacing=0><tr><td align=left bgcolor=#cccccc valign=top width=550><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=3><font size=1>XII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC</font></font></strong><font face=Verdana size=1><b><br></b></font><font face=Verdana, Arial,Helvetica, sans-serif size=1><strong> </strong></font></font></td><td align=right bgcolor=#cccccc valign=top width=150><font face=arial size=2><strong><font face=Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif size=1><font size=1>Resumo:123-1</font></em></font></strong></font></td></tr><tr><td colspan=2><br><br><table align=center width=700><tr><td><b>Oral (Tema Livre)</b><br><table width="100%"><tr><td width="60">123-1</td><td><b>TORTURA SOB DEBOCHE: UMA QUESTÃO DE RISO OU MORTE (ANÁLISE DE  TRILOGIA MACABRA , DE ALEX POLARI)</b></td></tr><tr><td valign=top>Autores:</td><td><u>Wilberth Salgueiro </u> (UFES - Universidade Federal do Espírito Santo) </td></tr></table><p align=justify><b><font size=2>Resumo</font></b><p align=justify class=tres><font size=2>Em 1978, Alex Polari de Alverga publica o livro de poemas Inventário de cicatrizes. O militante político se encontrava, então, encarcerado, por conta do seu envolvimento direto no sequestro do embaixador alemão Holleben, em junho de 1970. No ano seguinte, Polari é preso e preso permanece até 1980. O livro Inventário de cicatrizes traz, em versos, reminiscências, impressões, notícias e reflexões acerca não só do cotidiano da cadeia, o que inclui falar das condições de vida e sobrevivência, como excursiona por problemas gerais de poética e de escrita. Apesar dos inúmeros padecimentos explicitados ao longo da obra, há um traço que, de certo modo, surpreende o leitor: a presença constante do humor, em forma mista de deboche e ironia, sobretudo porque este humor se produz pela voz daquele que sofria o martírio e praticamente durante o constrangimento da dor, contrariando afirmação de Vladímir Propp ao dizer que  é possível rir do homem em quase todas as suas manifestações. Exceção feita ao domínio dos sofrimentos, coisa que Aristóteles já havia notado (Comicidade e riso). A ideia da comunicação é analisar as três partes do poema  Trilogia macabra  o torturador, o analista de informações, a parafernália da tortura  tentando mostrar que o uso do recurso humorístico é legítimo, mesmo quando se apropria de fatos macabros e hediondos como escada para sua aparição, o que não significa desrespeito ou desprezo pela dor ou tragédia acontecida:  Além disso [o torturador] acredita que é macho, nacionalista, / que a tortura e a violência / são recursos necessários / para a preservação de certos valores / e se no fundo ele é um mercenário / sabe disfarçar bem isso / quando ladra (Polari). A técnica básica para produzir humor em condição tão adversa será, exatamente, a construção de  um pano de fundo não cômico ou humorístico em relação ao qual o outro, o cômico, apareça (Sírio Possenti, Humor, língua e discurso). Para além da análise específica do poema, a comunicação tem em mente reafirmar a força cicatrizante do humor, não para abolir o trauma e sim para dar a ele uma leveza impensada, uma alegria vinda e inventada da própria treva  artes de uma grandeza que os torturadores jamais imaginariam.</font></p></td></tr></table></tr></td></table></body></html>