O POETA BRUNO DE MENEZES E BELÉM DO PARÁ: PAISAGENS DE UMA CIDADE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

MINICURSO

Ministrante: Maria de Fatima do Nascimento (UFPA)
Carga horária: 6h/a
Datas: 01 de julho, das 8h30 às 12h30 / das 14h às 16h

INSCREVA-SE

Resumo do minicurso: Bruno de Menezes nasce em Belém do Pará, em 21 de março de 1893 e falece em Manaus (AM) em 2 de julho de 1963. Filho de Dionísio Cavalcante de Menezes e Maria Balbina da Conceição, quando menino já começa a trabalhar para ajudar a família, a princípio na Livraria Moderna. Aos 18 anos, passa a tipógrafo de jornal na Livraria Gillet. Em seguida, exerce igual função na Livraria Bittencourt e estampa seu poema inicial, "Operário" (1913), em "O Martello", com temática social, "homem de ação", como bem observa Francisco Paulo Mendes (1993). Entretanto, somente em 1920 publica o primeiro livro de lavra própria: "Crucifixo". Ainda em 1920, no jornal "Combate", traz a lume a composição em versos "Arte nova", que revela uma insatisfação frente aos modelos literários cristalizados. A mesma sede de mudança é compartilhada por jovens coestaduanos, descontentes com a vigente produção da arte verbal. Assim, em 1923, Bruno de Menezes, Francisco Galvão, Abguar Bastos, Eneida de Moraes, entre outros, vão discutir a literatura modernista no Pará, num momento em que Bruno de Menezes é o diretor da revista "Belém Nova", a partir da qual ele passa a ser considerado o introdutor do Modernismo em terras paraenses. O enfocado poeta deixa os seguintes livros: "Bailado Lunar" (1924), "Batuque" (1931), "Lua sonâmbula" (1953), "Poema para Fortaleza" (1957) e "Onze sonetos" (1960). Em face do exposto, o curso de curta duração ora proposto tem por objetivo ler e analisar uns longos poemas de Bruno de Menezes: "O Círio, a cidade e o povo" (1923) e "Belém, cidade dos cheiros de São João" (1952), em meio a mais dois textos em versos: "Belém, cidade que teve um passado" (1944) e "Belém e o seu poema" (1963), que Benedito Nunes (2004) considera um "painel urbano-modernista". Essas quatro composições, centradas em Belém do Pará, integram "Poesias esparsas", incorporados às "Obras Completas" (1993), de Bruno de Menezes.

Bibliografia:

MENDES, Francisco Paulo. Apresentação. In. Obras completas, v. I (Obra poética). Belém: Secretaria Estadual de Cultura. Conselho Estadual de Cultura, 1993 (Lendo o Pará, 14).

MENEZES, Bruno. Poesias esparsas. In. Obras completas, v. I (Obra poética). Belém: Secretaria Estadual de Cultura. Conselho Estadual de Cultura, 1993 (Lendo o Pará, 14).

NASCIMENTO, Maria de Fatima. Benedito Nunes e A moderna crítica literária brasileira (1946-1969). V. I, 2012. 343 p. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) – Instituto do Estudo da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 2012.

NUNES, Benedito. O multicentrismo na poesia de Bruno de Menezes. In. Do Marajó ao arquivo: breve panorama da cultura no Pará. (Org.) Victor Sales Pinheiro. Belém: SECULT; EDUFPA, 2012.

ROCHA, Alonso. Bruno de Menezes ou a sutileza da transição: ensaios. Belém: CEJUP, Universidade Federal do Pará, 1994.

Minibiografia:

Maria de Fatima do Nascimento é doutora em Teoria e História Literária (UNICAMP, 2012) sob a tese Benedito Nunes e a Moderna Crítica Literária Brasileira (1946-1969) e com estágio pós-doutoral na Universidade de São Paulo (USP, 2018-2019) com o Projeto de Pesquisa O Crítico Literário Benedito Nunes e a Geração de 45 em Periódicos de Belém do Pará; mestre em Teoria e História Literária (UNICAMP, 2000) com a dissertação A Representação Alegórica da Ditadura Militar em "O Minossauro", de Benedicto Monteiro: Fragmentação e Montagem; possui Graduação em Letras/Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (UFPA, 1990). Atualmente é Professora de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras (FALE) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da UFPA; coordena o Grupo de Estudos Benedito Nunes (GEBN/CNPQ/UFPA) e atua nos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras (Doutorado e Mestrado Acadêmicos e Mestrado Profissional: PROFLETRAS).