Diversas são as referências orientais que moldam o substrato imagético e filosófico encontrado em Para ter onde ir (1992), um dos últimos livros de Max Martins. A leitura de suas obras produzidas na década de 1980 reforça a percepção de um longo trabalho de pesquisa que buscou o diálogo com a cultura do Oriente. A publicação de Para ter onde ir demarca a culminância de um período muito importante para a poesia de Max Martins, nessa década o poeta publicou quatro livros e, entre 1986 e 1989, escreveu os versos que dariam corpo ao seu livro menos conhecido. Esta obra nasceu do ato da leitura que se apropriou dos ensinamentos depreendidos a partir da consulta ao oráculo chinês: I Ching. O processo de composição empregado retomou o simbolismo expresso pelos hexagramas reutilizando suas metáforas para criar grande parte dos poemas. Nossa proposta investigativa busca compreender os efeitos estéticos das imagens “recortadas”, dos ensinamentos “assimilados” e das “citações” feitas pelo poeta à luz de um jogo profético.