É necessário atravessar a obra Querô: uma reportagem maldita (2003), de Plínio Marcos, com um olhar de quem tenta compreender as formas de vida contidas na escrita deste autor que “potencializam os pobres”. Plínio causa uma transformação com seus escritos por enfrentar o que considera um tempo mau e, além disso, representar os socialmente excluídos e marginalizados como ele. Um grupo de menor abandonado, cafetina, prostituta que faz eclodir uma “multidão”, nos termos de Justino (2015), antes silenciada pelas classes dominantes. O presente artigo pretende incitar um debate teórico para entender a “potência do pobre” na obra pliniana, como também apresentar a posição do intelectual que se considera único porta-voz do “sujeito subalterno”, termo caro a Spivak (2010), a partir de uma análise-interpretação dos modos de vida presentes na obra, uma vez que Plínio Marcos além de se posicionar em espaços periféricos decide falar e conceder à multidão e aos sujeitos considerados “subalternos da subalternidade”, a voz.
Palavras-chave: sujeito subalterno, multidão, potência dos pobres, marginalidade.