Nas primeiras décadas do século XX, vários países da América Latina assistiram à emergência de propostas vanguardistas as quais, a despeito da heterogeneidade de seu conjunto, podem ser notadas a partir do gesto comum de (re)pensar e (re)significar as identidades coletivas. Nesse contexto surge a Revue Indigène, no Haiti, cuja proposta é difundir as “artes e as letras” próprias à cultura nacional, buscando identificar uma “autenticidade” que servisse de suporte para as gerações futuras. É, pois, a partir dessa publicação que se pretende discutir questões concernentes ao esforço de significação de uma cultura haitiana, bem como o papel confiado à literatura como “instrumento de conhecimento” de tal cultura. O objetivo da presente proposta é de analisar o lugar atribuído ao componente 'afro' na ressignificação da identidade coletiva aspirada pela Revue Indigène. Tal análise é sugerida a partir do programa que inaugura a publicação, em 1927 e do corpus literário que ela mobiliza apostando no potencial da literatura em formular “paisagens interiores” a partir da poesia nacional.
Palavras-chave: Revue Indigène. Vanguardas Literárias. Literatura Haitiana. Identidade Cultural.