Das simbioses da literatura com outras linguagens e do cotidiano com o imaginário resultam experimentações ilimitadas, uma delas a mística nascida nas “trincheiras” dos movimentos sociais. Entendendo a vida como mistério, rememoriza-se, no entrelace do real com o maravilhoso, da música com o poema e da vocalidade com o escrito, o percurso histórico de sujeito políticos antagônicos às “lógicas” de predação do homem e da natureza. Migrando da vida para a Academia, especialmente no curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade do Sul e Sudeste do Pará, a mística evoca histórias de vidas confinadas no esquecimento das memórias “paradigmáticas”. Nos seus devires, sem fim, a Literatura é tomada por corpos epistêmicos “estranhos”, religando, talvez, as linhas fraturadas pelas fronteiras abissais impostas pelos processos ininterruptos de “ocidentalização”. Um olhar para essas experiências “misteriosas” é também tentativa de reconhecimento, mesmo parcial, desses sujeitos e de suas historicidades.
Palavras-chave: Mística. Literatura. Educação do Campo.