O trabalho O imaginário pop: jacarés urbanos buscará analisar o romance Mastigando Humanos (2013) de Santiago Nazarian, pensando como o imaginário do cinema circunda a vida e a literatura contemporânea. O livro narra a história de um jacaré que sai da natureza e vai parar nos esgotos de uma grande metrópole. Ao chegar à cidade, o seu corpo se transforma, e o animal ganha capacidades cognitivas humanas: pensar, falar e escrever. Partindo da premissa do romance e da ideia de que a mise ên cene do cinema e da “realidade” misturam-se, isto é, o mundo é lido e vivido forma cinematográfica, o presente texto fará um panorama do surgimento do imaginário sobre jacarés que moram nos subterrâneos das cidades, partindo de uma reportagem dos anos 1930 do The New York Times e chegando aos filmes hollywoodianos de 2015. Em seguida, será discutido o conceito de imaginário urbano a partir da perspectiva de Nestor Garcia Canclini. Também será preciso pensar como a apropriação do imaginário sobre o jacaré pela cultura de consumo relaciona-se com a perspectiva de Zygmunt Bauman. O autor afirma que tudo é substituível no mundo líquido, pois há uma necessidade de consumir produtos novos. No entanto, Mastigando Humanos é um produto de consumo diferenciado. O livro utiliza as referências da indústria cultural para criticar a lógica de consumo do mundo globalizado. Para pensar essa diferença, será utilizado o conceito de Simulacro de Gilles Deleuze, buscando problematizar como a literatura fissura o modelo do imaginário urbano e cinematográfico, mesmo apropriando-se deste.
Palavras-chave: Santiago Nazarian. Mastigando Humanos. Pop.