Egle Pereira da Silva, Henriqueta Do Coutto Prado Valladares
Tendo como ponto de partida o pensamento de Michel Foucault, mais precisamente, sua definição de literatura – espaço vazio, brancura essencial, fábula dita em linguagem de ausência; duplicação; negação; assassinato; transgressão – para analisar um escrito contemporâneo específico, que nos permite entender um certo de tipo de texto, hoje chamado literatura, a saber: ‘White Spaces’ (1980), trabalho pouco conhecido do escritor norte-americano Paul Auster, definido pelo próprio como de gênero inidentificável e texto-ponte entre a poesia e a prosa. Ao modo de uma composição musical, o autor institui uma rítmica que permite um triplo olhar: sobre a historicidade emergente no século XIX, no campo da literatura; os sinais indicativos desta; e o seu potencial ficcional e teórico - este último ainda ignorado por seus críticos. Posto isto, delineia-se o objetivo do trabalho: a leitura de ‘White Spaces’, visto como paradigma do que é a literatura para o autor, em termos conceituais e ficcionais.
Palavras-chave: Paul Auster. Poesia. Espaços Brancos